Até o fim de dezembro, o Recife vai ganhar uma pesquisa para diagnosticar os casos de bullying nas escolas. O projeto vai abranger as redes pública e privada de ensino básico e será promovido pela Confraria de Educação em parceria com a Faculdade Maurício de Nassau. Para fevereiro do próximo ano está prevista a conclusão da consulta em todo o Estado. O plano foi discutido no 19º encontro da confraria, ontem à tarde, que reuniu cerca de 200 professores e gestores vinculados à instituição.
Na ocasião, os docentes foram consultados sobre suas experiências e seu conhecimento sobre o tema. Mais da metade deles, 54%, afirmou já conhecer alguém que já foi vítima deste tipo de violência. Os que nunca presenciaram um caso representam 33%, e 13% não sabiam ou não opinaram. Dentre as formas conhecidas de prática do bullying, a intimidação ou agressão psicológica obteve maior votação (55%), enquanto a agressão física recebeu 27%. Outros tipos significam apenas 3% do todo.
Sobre a adoção de formas de punição, mais de 60% dos consultados não conhecem nenhuma escola ou instituição de ensino superior que tenha adotado medidas para combatê-lo. Entre os que conhecem, a expulsão foi apontada como medida comumente utilizada.
Segundo Inácio Feitosa, advogado especializado em direito educacional e coordenador da confraria, a consulta de ontem é uma mostra significativa do que vai ser encontrado no resultado final. “Não existem pesquisas quantitativas sobre o assunto no Estado. Com essas informações podemos identificar ações de conscientização com muito mais precisão”, explicou o especialista. A previsão é que aproximadamente 5 mil estudantes e mestres sejam entrevistados. Inácio Feitosa disse que agora espera o apoio oficial da Secretaria Estadual de Educação para facilitar o acesso da equipe de pesquisa nas escolas.
A confraria existe desde maio do ano passado e se reúne mensalmente para discutir questões da educação. O grupo tem como presidente de honra o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
PROJETO DE LEI - O projeto de lei do deputado Alberto Feitosa (PR), que prevê a inclusão obrigatória de ações de conscientização sobre os efeitos do bullying no programa pedagógico de todas as escolas de Pernambuco, também esteve em pauta no encontro. “Para orientar e combater manifestações de intolerância às diferenças, nada melhor que ouvir as ideias dos próprios professores, que lidam com os alunos diariamente”, afirmou o deputado. O projeto aceita sugestões de emenda até o próximo dia 12, pelo portal da Assembleia Legislativa de Pernambuco na internet. O Estado é pioneiro na luta contra as agressões.
Fonte: Jornal do Commercio
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